ATENÇÃO: PODE HAVER SPOILER
Essa
não é uma história como tantas que já li sobre a segunda guerra, sobre o
holocausto. Um livro denso, baseado em fatos reais onde a protagonista ainda
vive nos dias de hoje! A Bibliotecária de Auschwitz, Dita Dorachova, narra com
detalhes os acontecimentos de fome, miséria, maus tratos e de horror que
passou o povo judeu no acampamento em
Auschwitz.
No meio desse caos um professor judeu
que acreditava que nunca deve-se desistir e q resistir é a palavra de ordem,
mandava que todos “Mastigassem o medo, engolisse e continuasse, pois os
valentes se alimentavam do próprio medo”, esse bravo professor, Fredy Hirsh, criou, clandestinamente, uma
escola para 500 crianças judias e conseguiu durante dois anos manter todas as
crianças vivas, instruídas e por alguns momentos, no meio desse caos, longe das
atrocidades vividas na guerra. ”O que era uma contradição implícita enorme o
funcionamento normal de uma escola no lugar mais anormal do mundo!”
Dita era uma garota de 14
anos e a responsável pela biblioteca do bloco 31 composta por 8 livros físicos
e seis livros vivos (alguns professores sabiam decorados algumas obras e narravam para as crianças). “A menina tinha o vínculo que une algumas pessoas
aos livros. Dita tinha essa empatia que faz com que certas pessoas transformem
um punhado de folhas num mundo inteiro só pra elas”. E ao menos neste bloco, os
nazistas são derrotados diante da vontade e teimosia dos prisioneiros em
continuar, em viver, em tentarem ser melhores sem se importar com as
adversidades ou com a força do inimigo.
Esse livro foi narrado com
muitos detalhes sobre o campo e sobre a vida das pessoas que trabalhavam ou
eram prisioneiras no inferno chamado Auschwitz, é um romance único,
emocionante, tocante e por vezes chocante, privilegiado pelo contato com a própria
protagonista do livro que ainda hoje vive em Israel.
Trechos que mais gostei:
“Quando não se pode sonhar com o futuro, sempre se pode fazer com o
passado”
“Dita quer escapar da odiosa realidade que matou seu pai, e sabe que um
livro é um alçapão que leva a um sótão secreto. É um mundo a parte, no qual
podemos nos refugiar”
“Ela gosta dos livros que engrandecem a vida, não os que a diminuem.”
“Do alto do precipício tudo parece imensamente pequeno. O que parecia
tão grande de repente se ê diminuído, e o que parecia transcendental se vê como
algo sem importância”
“Quando estamos num manicômio, o pior que pode acontecer é sermos
lúcidos”
“A vida, qualquer vida, dura muito pouco. Mas se conseguirmos ser
felizes, ao menos por um instante, terá valido a pena.... Basta ser feliz pelo
menos pqlo tempo que um fóforo leva pra acender e apagar”
“Livros não curam doenças nem podem ser utilizados como armas para
render um exército de carrascos; não enchem barriga nem matam a sede. De fato,
a cultura não é necessária para a sobrevivência do homem; apenas o pão e a
água. Com pão para comer e água para beber o homem sobrevive, mas só com isso a
humanidade inteira morre. Se o homem não se emociona com a beleza, se não fecha
os olhos e põe em funcionamento os mecanismos da imaginação, se não é capaz de
fazer perguntas e vislumbrar os limites de sua ignorância, é homem ou mulher,
mas não é pessoa.”
Esse livro tem uma grande chance de ser meu melhor livro lido em 2015!!!!
Você, já leu? deixe sua opinião, vou adorar conhecê-la! bjussss